Se você é uma pessoa que não dispensa o salto alto por nada é melhor começar a prestar atenção nos sinais do seu corpo.

Caminhar abrange uma série de forças e equilíbrios que nem imaginamos. Há um esforço biomecânico que envolve o quase todo o sistema musculoesquelético e o labirinto. Tudo isso para que possamos nos deslocar de maneira segura.
Ao subir no salto, o corpo sofre uma mudança no eixo e precisa se adaptar para continuar executando sua marcha, compensando o desequilíbrio do calcanhar até a cervical – sim, até lá em cima.
E aí entram mais alguns fatores. Algumas pessoas já possuem lesões assintomáticas no sistema esquelético – por diversificados motivos – e o uso do salto agrava o quadro, mesmo se a pessoa continuar momentaneamente assintomática (sem dor). Em outros casos, as pessoas podem não ter uma postura muito correta (algo bastante comum)… Imagina o que acontece quando sobre no salto?
Por essas razões os tipos de problemas ocasionados pelo uso prolongado de salto podem variar entre hiperlordose, cevicalgias e articulações. Mas não é só isso! Rs
Os pés são feridos pelos saltos e não estou apenas falando das bolhas. Sobre o salto, todo o peso se deposita no ante pé em decorrência da flexão plantar, colocando uma pressão enorme nos metatarsos (aqueles ossos que ficam na parte da “almofadinha” antes dos dedos) e sobrecarregando a fáscia dessa região – o que pode ocasionar tanto uma fascite plantar quanto um halux valgo (a famosa joanete), principalmente se for um sapato com bico fino.
Ah…Tem mais! O uso excessivo de salto provoca o encurtamento da panturrilha, do gastrocnêmio e posterior de coxa; pode provocar lesões nos joelhos e no quadril. Não é pouca coisa.
Mas, se o uso for inevitável, atenção a alguns cuidados. Faça fortalecimento muscular, alongamento nos pés e um dê um descanso para eles – como tirar o sapato de salto ao se sentar, por exemplo. Outra dica é carregar um par de sapatos baixos e utilizá-lo meio do dia quando realizar caminhadas. Esse tipo de iniciativa é muito bem-vinda para sua saúde musculoesquelética.

Tiago Vasconcellos
Crefito 76397-F