Embora seja um esporte com uma incidência menor de lesão, como qualquer modalidade esportiva a natação também tem suas contusões características. E não é para menos. Segundo uma publicação do Globo Esporte (2016), um nadador de nível médio executa entre 1 e 2 milhões de braçadas anualmente com cada braço. Entre as lesões mais comuns, podemos destacar o ombro de nadador. Seus sintomas característicos são: compensações na postura devido a dor, sensação de formigamento do ombro até os dedos das mãos, sensação de “choque” e dor ao fazer movimentos simples, como lavar a cabeça. Entre inúmeras causas, a lesão acontece devido a falta de técnica na execução do gesto esportivo, esforços repetitivos, compensações por falta de força muscular e falta de alongamento. Além disso, pode acontecer discinesias e o desequilíbrio das forças musculares, hipertrofiando os grupos dos rotadores internos e adutores, ocasionando fadiga da musculatura dos rotadores externos e abdutores, que agem como antagonistas. Anatomicamente, a lesão ocorre quando a cabeça do úmero e o acrômio anterior comprimem os tecidos moles do espaço subacromial. Inclui-se aí grande parte do bíceps, bolsa subacromial e tendão surpaespinhoso. Imagine tudo isso inflamado. Dói mesmo. Mas, o diagnóstico sobre a gravidade da lesão pode ser feito em consulta fisioterápica e o protocolo de recuperação vai variar de caso a caso.
Evidências científicas sugerem que prevenção e tratamento precoce ainda são a melhor forma de fazer a gestão das lesões. É preciso abordar as deficiências associadas à condição da pessoa, analisar os métodos de treinamento e a mecânica das braçadas. E vale aquele lembrete de sempre. Quanto mais rápido for o diagnóstico e tratamento, melhor será a recuperação.

Tiago Vasconcellos
Crefito 76397-F