Muitas pessoas têm o hábito de cruzar as pernas ao se sentar, seja apoiando uma sobre a outra, em posição de lótus ou apoiando o calcanhar sobre o joelho. A imagem de uma pessoa com pernas cruzadas está impregnada de significados (elegância, sensualidade, despojamento), mas nosso objetivo aqui é alertar para a saúde.

Ao cruzar as pernas, a primeira coisa que acontece no nosso corpo é a restrição do fluxo sanguíneo nos membros inferiores. Com isso, o corpo é obrigado a aumentar a pressão sanguínea para manter a circulação correta e, caso não consiga, haverá dormência ou formigamento em toda a região inferior.

Essa posição também pressiona o nervo fibular responsável por transmitir os impulsos de funcionamento das pernas, dos pés e seus dedos. Em casos mais sérios, nos quais a pessoa permanece com as pernas cruzadas por horas, pode acontecer uma paralisia deste nervo. Nesse tipo de paralisia, os pés e seus dedos não respondem ao impulso do movimento frontal temporariamente. É preciso descruzar as pernas e esperar que a função se restabeleça. Mas no caso de recorrência, pode evoluir para uma neuropatia fibular, que é um quadro mais sério.

Outras implicações estão associadas ao hábito de cruzar as pernas, como varizes, desnível no quadril, problemas nos joelhos e dores lombares. Pessoas que sofrem com trombose venosa devem abolir esse hábito, visto que a propensão a formação de coágulos é aumentada nessa posição.

A melhor posição para sentar-se é dando base para seu corpo. O ideal é que a cadeira permita que sua perna fique dobrada em um ângulo de 90°, com as plantas dos pés apoiadas no chão e as pernas acompanhando a largura do quadril.

Seu corpo só tem a agradecer.

Tiago Vasconcellos
Crefito 76397-F